segunda-feira, 16 de março de 2009



Guardas Municipais dão o exemplo doando sangue no Hemosc

Já se pode dizer que os integrantes da Guarda Municipal (GM), literalmente, dão o sangue para salvar vidas. Nesta segunda-feira (16), eles iniciaram uma campanha interna, visando incentivar os integrantes da corporação e funcionários da secretaria municipal de Segurança e Trânsito, a se tornarem doadores voluntários de sangue.
O GM Marcelo Goulart Silva, foi o primeiro voluntário a procurar a unidade do Hemosc, em Tubarão. Aos 31 anos, ele diz que é doador voluntário desde 2006, quando serviu o Exército Brasileiro. Desde então, Marcelo faz quatro doações de sangue por ano. “Sinto-me feliz por ajudar a salvar vidas”, confessa.
Para o Hemosc, atitudes como estas são mais que um gesto de solidariedade. “Apesar das campanhas de incentivo, o número de doadores voluntários ainda é muito pequeno”, diz a enfermeira, Luzia Porto Mapelli, coordenadora do Hemosc em Tubarão. Segundo ela, para atender a demanda seria necessário coletar de 30 a 40 bolsas de sangue por dia. Hoje este número não chega a 10 bolsas/dia. Só o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Tubarão, necessita em média de 500 bolsas de sangue/mês, mas o volume coletado não chega a 300 bolsas.
O medo, fruto da desinformação, é o maior responsável por este quadro. “Muitas pessoas pensam que doar sangue uma vez exige outras doações, ou que o sangue torna-se mais fino ou mais grosso após a doação. Isto é não é verdade”, diz a enfermeira Luzia.
Doar sangue é muito simples e seguro: a pessoa não se expõe a qualquer risco de contaminação, pois todo material utilizado é descartável. O volume coletado é de aproximadamente 450 ml, o que representa cerca e 10% do total do sangue em um adulto, rapidamente reposto pelo organismo. Com uma doação, pode-se salvar a vida de até quatro pessoas.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Acadêmicos defendem Guarda Municipal no combate à violência.


Claudia Silva Jacobs

Governo federal autorizou porte de armas para guardas municipais
Uma polícia mais próxima da comunidade, armada ou não, e que tenha credibilidade junto à população. Especialistas apontam essas características como base do desenvolvimento das guardas municipais, apontadas pelos acadêmicos como uma boa arma no combate à violência.
O pesquisador Jean-François Deluchey, especialista em segurança pública no Brasil da Universidade Sorbonne, na França, diz que a guarda municipal pode ser o exemplo para um projeto de reformulação total das polícias brasileiras.
"A guarda municipal poderia até ser um modelo para a polícia que queremos para o Brasil. Porque é uma polícia nova, porque é possível ensinar, de maneira completamente diferente do que se ensinou nas polícias estaduais nos últimos 20 anos", afirma o pesquisador.
"E também os quadros da guarda municipal poderiam ser formados por pessoas realmente envolvidas em questões de direitos humanos e na busca dos verdadeiros suspeitos, e não na repressão em todos os cantos."
Armas
Recentemente, o governo federal aprovou a resolução que permite o porte de armas para membros de guardas municipais. Para Deluchey, no entanto, este não é o ponto principal.
Esta polícia não tem a fama de repressão. Eles são uma força policial muito mais preventiva, muita mais próxima à comunidade, muito menos ameaçadora.

Fiona McCaulay, pesquisadora do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford
"A questão de os guardas andarem armados ou não é um debate local, depende de cada situação. No Rio de Janeiro, por exemplo, pode ser uma solução, porque o nível de enfrentamento entre delinqüentes e policiais é muito grande."
Para justificar a sua posição, Deluchey cita o exemplo da polícia metropolitana inglesa. "Eles não tiveram armas durante muito tempo e fizeram o trabalho bem", afirma o francês.
"Se tiver o mínimo de credibilidade em uma área, acho que (a guarda municipal) não precisa andar armada, mas se não tiver nenhuma, o porte de armas pode dar um pouco de credibilidade."
Cooperação
De acordo com Fiona McCaulay, pesquisadora do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, na Inglaterra, a credibilidade na polícia e o apoio da população são fundamentais.
Os municípios devem trabalhar também em questões ligadas à criminalidade, porque eles possuem mecanismos de prevenção, conhecem bem a cidade e conhecem as ferramentas de atuação.

Claudio Beato, do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública, de Belo Horizonte
"Há muitos experimentos com policiamento comunitário e tudo mostra que, se você tem cooperação da população local, aí você pode começar a prender os traficantes e começar a reduzir a violência social", afirma.
"Mas, se a polícia é muito distante e só entra na favela com armas, fazendo blitz, como você vai construir uma relação permanente com blitz? Não é possível. Eles se retiram e, na manhã seguinte, os moradores ainda são vítimas dos traficantes", acrescenta McCaulay.
"O que eu acho interessante hoje em dia no Brasil é que algumas cidades estão experimentando a possibilidade da guarda municipal. Porque esta polícia não tem a fama de repressão. Eles são uma força policial muito mais preventiva, muita mais próxima à comunidade, muito menos ameaçadora."
Estrutura
Já para Claudio Beato, do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública, em Belo Horizonte, é clara a necessidade de se estruturar a guarda municipal ou a polícia comunitária. Na opinião de Beato, é um erro dos governos só pensar nas grandes questões.
"Uma das coisas que eu considero importante é que os municípios devem trabalhar também em questões ligadas à criminalidade, porque eles possuem mecanismos de prevenção, conhecem bem a cidade e conhecem as ferramentas de atuação", afirma o pesquisador.
O professor Hans Bodemer, do centro de estudos latino-americanos da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, descreve algumas experiências realizadas em São Paulo como positivas no trabalho de prevenção à violência.
A cidade de Guarulhos, por exemplo, tem sido apontada por especialistas como um bom exemplo de combate à violência e tem como um dos carros-chefe de sua política de segurança o incentivo à guarda municipal.
O prefeito do município, Elói Pietá, que esteve em Londres para falar das experiências realizadas na cidade, diz que a polícia precisa trabalhar ao lado da população.
"Ampliamos a guarda municipal e ela passou a ser mais atuante no município", afirma o prefeito. "Descentralizamos o policiamento em algumas regiões da cidade e, ao mesmo tempo, fizemos um programa de ação social de apoio a juventude e ao desempregado."
"Além disso, fizemos um conselho municipal de segurança, dirigido por mim, com representantes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e representantes da comunidade", acrescenta.
"Avaliamos periodicamente as ações e como as polícias devem atuar, acompanhando os índices de criminalidade na região", conclui Pietá.

domingo, 1 de março de 2009




Polícias apóiam Guarda Municipal armada em SC


Polícias apóiam Guarda armada em SC As guardas municipais de Santa Catarina, criadas a partir de 2004 para atividades como cuidar do trânsito e proteger prédios públicos, têm apoio do comando das polícias Civil e Militar para usar armas. O delegado Maurício Eskudlark, chefe da Polícia Civil, e o coronel Eliésio Rodrigues, comandante da Polícia Militar em SC, disseram ontem ao Diário Catarinense que concordam com o uso das armas, desde que os guardas passem por treinamento rigoroso. Para os líderes das duas corporações encarregadas da segurança pública no Estado - que, juntas, têm 14,8 mil policiais - , as armas representariam uma defesa ao guarda municipal, que, no entender deles, fica exposto como se fosse da polícia. Dos 293 municípios catarinenses, só cinco contam com Guarda Municipal: Florianópolis, São José, Blumenau, Criciúma e Joinville. Dessas, só a da Capital está perto de trabalhar armada. Em São José, o comandante da Guarda Municipal, Tiago Nunes Ferreira, defendeu as armas como forma de "proteção". Já o secretário de Segurança da cidade, coronel Edson Souza, disse que arma deve ser usada só por policiais. Armar uma Guarda Municipal custa caro. Em Florianópolis, onde a guarda tem 79 integrantes, foram gastos R$ 95 mil só com as pistolas, 50 ao todo. Também há gastos com exames, treinamento de tiro e documentação. Os guardas municipais da cidade já estão em treinamento, que deve durar dois meses. A equipe usará pistolas a partir de novembro. O comandante da unidade, Ivan Colto Júnior, enfatizou que as armas são uma medida de proteção aos servidores, e só deverão ser usadas "em último caso".

Fonte: Diário Catarinense
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