Pelo segundo dia consecutivo um grupo de bombeiros continua acampado na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no Centro da cidade, nesta terça-feira (7). Eles garantem que vão permanecer no local até que suas reivindicações sejam atendidas. Pelo menos duas patrulhas da PM fazem o policiamento no local.
Além do aumento de salário, eles querem a libertação dos 439 colegas de farda que foram presos após a invasão do Quartel Central da corporação, na noite de sexta-feira (3).
Pedido de habeas corpus
Na segunda-feira (6), o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros, Nilo Guerreiro, adiantou que os advogados das 12 associações de apoio aos militares vão entrar com o pedido de habeas corpus para os 439 bombeiros presos. Segundo Guerreiro, o pedido será impetrado na Justiça Militar, ainda nesta terça-feira (7).
A Justiça Militar foi informada oficialmente da prisão em flagrante dos bombeiros apenas na noite desta segunda (6) e vai avaliar ainda o dossiê com a ocorrência e a qualificação dos presos, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça.
Promotor não vê indício de ilegalidade
O promotor da Auditoria Militar, Leonardo Souza "não observou nenhum indício de ilegalidade" na prisão dos bombeiros pela PM.
Novo comandante diz que está disposto a negociar
O novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Sérgio Simões, que assumiu o cargo no sábado (4), quando os bombeiros foram presos, afirmou nesta segunda-feira (6) que está à disposição dos grevistas para dialogar.
“Existe um canal de comunicação aberto, eu já mandei recado para as lideranças do movimento que eu quero recebê-los. Não nas escadarias da Alerj, eu quero recebê-los no quartel do comando geral”, disse Simões, ressaltando que o recado foi enviado no domingo (5) e ainda não teve respostas dos manifestantes.
“Eu quero ouvi-los e quero ser ouvidos por eles (...) As portas do meu gabinete estão abertas. Recebo a horas que eles quiserem, estou à disposição”, afirmou.
Sobre o aumento do salário, Simões afirmou que o governo do estado tem um programa de recuperação salarial que está em andamento. Segundo ele, em maio houve uma reunião das lideranças dos grevistas e a Secretaria estadual do Planejamento, onde foi pedido que os bombeiros apresentassem as propostas. O comandante afirmou que ainda não houve um retorno deles.
Perguntado se é possível ele intervir na libertação dos 439 bombeiros presos durante a invasão do Quartel Central, o comandante disse que isso não é de sua esfera de competência. “Esses militares foram autuados em flagrantes por crimes tipificados no Código Penal Militar. Essa documentação já foi remetida para a auditoria de justiça militar e já esta sendo analisada pela juíza auditora”, explicou.
Ele disse ainda que a vontade do estado é diminuir o clima de tensão. Simões alegou que o fato de o governador ter chamado os grevistas de “vândalos e irresponsáveis” foi motivado pelo momento crítico que a corporação viva, após o quartel ter sido “invadido e depredado”.
Salários
Os bombeiros pedem um piso salarial de R$ 2 mil - atualmente é de R$ 950 – e também vale transporte e melhores condições de trabalho. De acordo com Simões, há dois tipos de salários: um de R$ 1.187, para o soldado que é solteiro; e o de R$ 1.414 para o que é casado e recebe o chamado salário-família.
Já o governo do Rio informou que aprovou no ano passado um aumento progressivo de 1% ao mês para os bombeiros, que começou a valer em janeiro deste ano e chegará, no fim de 2014, a R$ 2.077,25. Além disso, ainda segundo o governo do estado, os bombeiros recebem auxílio-moradia (valor não informado) e que parte deles tem gratificação por capacitação no valor de R$ 350.
“Nesse primeiro momento eu quero que a tropa confie em mim. Eu sou comandante da corporação, eu vou tratar dos interesses da corporação (...) vou me organizar e vou procurar o governador para levar a ele quais são as necessidades, quais são as necessidades da corporação”, disse o comandante.
Simões garantiu que apesar da crise o Corpo de Bombeiros não deixará de atender a população, “em nenhuma hipótese”.
fonte;G1.
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