Carlos Eduardo de Bona Portão, o Preto, tem 27 anos e faz parte do grupo político do vice-prefeito Pepê Collaço. Secretário de Administração na primeira metade do governo, agora assumiu a pasta de Segurança e Patrimônio.
Diário do Sul – Em quanto tempo a Guarda Municipal deve voltar às ruas?
Carlos Eduardo de Bona Portão (Preto) – Esse procedimento atual já estava em andamento quando eu assumi a secretaria. Não foi uma decisão que eu tomei. A Guarda Municipal já estava parada, por uma decisão de governo, do próprio prefeito. Foi decidido pelo retorno da Guarda apenas após a aquisição dos coletes e do armamento. O que eu tenho feito é antecipar alguns procedimentos: a licitação, estou pressionando o fornecedor do colete balístico, pressionei a entrega das armas. O meu papel é de acelerar e antecipar. Nós já recebemos as armas, são 40 pistolas de calibre 380mm semiautomáticas, todas com identificação e número de série com o brasão da Guarda. Existe muita discussão sobre isso, se a Guarda deve ou não ser armada, mas eu acompanhei o procedimento pela metade. A licitação dos coletes já foi concluída e eles devem chegar até o dia 6 de junho. Eu calculo o retorno deles para cerca de 45 dias. O retorno da Guarda Municipal o quanto antes às ruas é uma prioridade do Manoel e minha.
Diário do Sul – Como será a atuação da Guarda depois dessa paralisação?
Preto – A secretaria mudou. Antes ela era de Segurança e Trânsito; hoje, é de Segurança e Patrimônio. Toda a engenharia de trânsito, coordenação e planejamento de tráfego é competência da secretaria de Urbanismo. A Guarda Municipal será responsável pela fiscalização do trânsito. A secretaria de Urbanismo é que dirá se a rua deve ser mão única, se deve ter rotatória, a sinalização. Outra característica que vamos tentar dar à Guarda é o controle sobre o patrimônio público, as instalações físicas da prefeitura. Vamos estabelecer um sistema de rondas diárias. Hoje temos 42 guardas municipais e 75 vigias, que fazem o trabalho do dia a dia. A nossa intenção é fazer a Guarda auxiliar esse trabalho. Num primeiro momento, vai ter que ter um papel de mais orientação do que de fiscalização. A aplicação da penalidade é a única forma de ensinar, mas o papel da Guarda é orientar e fiscalizar.
Diário do Sul – Como vai funcionar a Área Azul e quando ela retorna?
Preto – A Área Azul deve retornar em cerca de 45 dias, bem próximo ao retorno da Guarda Municipal. A empresa vencedora da licitação vai ficar responsável por toda a sinalização, horizontal e vertical, das 1.093 vagas, além da área administrativa. A Guarda Municipal vai fazer a autuação de quem não tiver o cartão. O pedido do prefeito é para que os instrutores tenham uma capacitação para prestar informações da cidade, conhecendo os pontos de referência. Que não seja um mero preenchedor de formulário. O grande problema da Área Azul não estava no sistema, a cidade aprovou. O problema estava no atendimento. Eu vou manter uma parceria com a Polícia Militar, com a Polícia Civil e com o Corpo de Bombeiros para que a polícia possa atuar na repressão ao crime. Para trancar uma rua, por exemplo, você tira um policial militar do seu exercício. Nossa intenção é auxiliar a PM nessa questão. A Guarda vai entender que o papel dela é orientar e fiscalizar o trânsito.
“A Guarda Municipal já estava parada, por uma decisão de governo do próprio prefeito, quando eu assumi a secretaria. Não foi uma decisão minha”.
Diário do Sul – Existe algum receio quanto ao fato de os guardas estarem armados?
Preto – Nós procuramos dar condições para que eles tenham uma boa capacitação. Eles tiveram o curso da Acadepol, uma das melhores academias do país. Foi um curso de 15 dias, mas eles tiveram um treinamento de três meses antes de serem guardas, de direitos humanos, de trânsito, uma avaliação psicológica. Pode ser que não seja como a Polícia Militar ou a Polícia Civil, você tem que ter um acompanhamento permanente. E a Polícia Civil do Estado já se dispôs a fazer um curso de reciclagem. Receio existe, como nas outras organizações. Mas a prefeitura fez o que podia. O curso de manuseio de armas que eles realizaram é o mesmo dos novos delegados, que se formaram no sábado. Eu concordo com o pleito deles com relação aos coletes, é uma questão de segurança. Por mais que eles atuem no trânsito, a partir do momento em que eles estão fardados pode acontecer o que aconteceu com o Marcelo (assassinado no ano passado, após um assalto a uma joalheria). Ele foi alvejado sem nenhuma possibilidade de defesa.
Diário do Sul – Existe receptividade da polícia para realizar essas parcerias?
Preto – Nós temos uma agente feminina que auxilia o trabalho no Corpo de Bombeiros, três guardas que atuam na Delegacia de Trânsito. Não justifica e eu não estou satisfeito com o fato de a Guarda não estar na rua, mas há dois guardas no Paço Municipal, mais dois no Caps (Centro de Atendimento Psicossocial), onde se lida com usuários de drogas e alcoólatras. Eles não estão na rua, mas estamos abrindo as portas para sermos parceiros da Polícia Militar e da Polícia Civil. A Guarda pode ser um instrumento para desafogar o trabalho da polícia.
Diário do Sul – E qual a situação das câmeras de vigilância?
Preto – Há um compromisso do secretário de Segurança Pública. As câmeras já foram adquiridas pelo Estado, mas há um entrave com relação à instalação. A central de monitoramento vai funcionar no Batalhão da Polícia Militar. Nós possuímos hoje uma central da Guarda Municipal com nove monitores. Se for possível, pretendemos estender essas câmeras também para a secretaria de Segurança e Patrimônio, para ver os cruzamentos, acompanhar onde há movimento no trânsito.
Fonte: Jornal Diario do Sul.
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