Federação Nacional dos Oficiais da Polícia Militar, presidida pelo coronel Marlon Jorge Teza, ex-comandante da PM em Balneário Camboriú, prepara ações judiciais para contestar a forma de policiamento das Guardas Municipais de Balneário Camboriú, Florianópolis e Tubarão.
Supondo-se razão à demanda, vislumbrando-se apenas o aspecto constitucional: serve a que ou a quem esse tipo de ação ? Ganha quem e perde quem ?
Parece-nos que nem ganha a PM e nem ganha a população. Todos perdem, caso seja aceita a ação. A PM, porque continuará não tendo como prover o policiamento ostensivo pleno da cidade, no caso de Balneário Camboriú, e isto está fartamente comprovado. Por falta de efetivo, por falta de meios logísticos consequentes e por falta de melhores recursos. Perderá a população porque tudo volta ao que era há pouco tempo: craqueiros à beira da praia, assaltantes nos pontais e puxadores de fumo nas praças.
Já haviam se referido, alguns amigos, à ciumeira que atacou a oficialidade da PM, com suas habituais exceções. Questionam, por exemplo, o policiamento da areia da praia pela Guarda. Ora,ali nunca houve um policiamento tão bom como agora - e a areia é espaço de responsabilidade do município, por delegação da Marinha. Porém, mesmo que houvesse conflito de teoria legal, na prática isso se anula pela eficácia da atuação da Guarda. Então, legítimo prevalecer o bom senso. O pressuposto é lógico: lei que prejudica ou não beneficia a maioria, não é boa.
A Federação age contra a Guarda Municipal assim como alguns intérpretes do politicamente correto, segundo os quais um policial, mesmo ameaçado de morte ou submetido à ação de bandidos sanguinários, não possa matar para se defender ou defender terceiros. Ninguém costuma condenar quem mata policiais ou demonstrar solidariedade franca a policiais mortos defendendo o patrimônio ou a vida alheia. Mas é habitual surgirem muitas vozes em defesa de bandidos, ainda que de alta periculosidade, mortos por policiais em confrontos ou em situações de risco.
A ação da Federação contra as Guardas Municipais cheira a um preciosismo demagógico.
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